quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O ÁLBUM

Há anos e mais anos ventilo a possibilidade de fazer meu primeiro álbum. Essa idéia deu se, a princípio (aos 14 anos), pelo grande desejo de ver meu nome e foto estampados na capa de um pequeno quadrado de vidro acrílico, embalado em plástico transparente e fino, na prateleira da letra "R" de uma loja de discos. Em um segundo momento - após muitos anos de reflexões, pensamentos e experiências enriquecedoras - a grande vontade de poder compor um repertório inédito e autoral para ilustrar as páginas do encarte (com letras), o verso do quadrado (com os títulos das obras) de vidro e principalmente o áudio das canções na bolacha colorida que se encaixa sob um pequeno círculo de dentes de acrílico. Após passagens por bandas e hoje em formato solo, vejo meu disco como um registro natural e talvez um pouco óbvio das canções que compus - sozinho ou em parceria - durante os últimos anos somadas as novas neste ano de 2008. É a reunião das minhas obras compiladas em uma mídia de CD que significará meu primeiro trabalho formal como músico, cantor e compositor. Nada mais do que meu sonho e hoje profissão como artista de uma arte chamada música.

Conto tudo isso para falar da grande dificuldade que é produzir um álbum. Isso vem desde o conceito, a estética, a linha de texto ou de letras, a concepção do material, os arranjos, a instrumentação e todo o trabalho burocrático, de bastidores e de office work necessários para a realização deste projeto. Todas etapas são cumpridas seguindo uma ordem quase que cronológica que servem como uma receita de bolo que não precisa ser cumprida a risca. No entanto, são todas essenciais e fundamentais para a composição da obra. Além disso, existe ainda, todo o trabalho de pós-produção que abrange os movimentos mais duvidosos e incertos e os questionamentos habituais que se resumem a uma lista grande de perguntas e dúvidas: Será que vão gostar de minhas músicas? Que público quero atingir? Será que o disco é popular? Será que o disco vai vender? Será que vão entender minhas mensagens? Será que vão entender minha música? Essas perguntas serão respondidas ao longo do tempo e outras, que poderão nem ser respondidas, se unem para o nascimento do grande desafio: o sucesso. Esse, que nada mais é umas das duas opções do resultado de um trabalho. O reconhecimento como conseqüência de um trabalho bem feito, elaborado com carinho, cuidado e muita dedicação. Alguns chegam a dizer - com razão - que arte deve ser feita sem preocupação ou ansiedade com o sucesso, neste caso conseqüência, sobretudo pelo fato de ser uma manifestação-livre de criatividade que pode ter uma interrupção indesejada no processo criativo quando se pensa no futuro. Penso que o significado de sucesso pode ser interpretado de diferentes maneiras e que isso depende do ponto de vista que olhamos.

Neste momento, um dos meus anseios é poder, em breve, dividir os momentos deliciosos do processo de gravação do meu primeiro e tão esperado álbum neste blog.

Chove na Guanabara!

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