sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Maria Bethânia

Por Diogo Simões

Recentemente, redescobri a música "Você e eu" de Carlos Lyra/Vinícius de Moraes (Esta fase Bossa Nova, muito legitíma, da mídia - Caetano Veloso; João Gilberto; Os desafinados – fez-me reapaixonar pelo estilo).

Pesquisei pelas mais variadas versões em mp3 e vídeo e desisti de procurar melhor intérprete para a canção depois do impacto em mim causado por Maria Bethânia.

Bethânia já tinha conquistado um lugar de maior destaque neste mi gosto musical duvidoso depois do que li Caetano Veloso dizer-lhe respeito. Em Verdade Tropical, ele classifica a irmã como Diva, positivamente falando.

A priori, mesmo gostando muito do que a baiana canta, a opinião fraternal pareceu-me, ao mínimo, parsimoniosa. E fez-me refletir e revisitar a pouca memória que tinha a respeito.

Depois da interpretação de Você, finalmente, o adjetivo pareceu–me perfeito: Bethânia, intérprete, é uma Diva.

Ela parece tão à vontade, tão crente e sensual (mesmo, para meu gosto, muito feia)! Canta rindo, divertida, íntima do público e gesticulando e soando bêbada de certeza e muito lúcida de felicidade. Sou capaz de imaginá-la como personagem real daquela estória de amor e pouco ligando para a falácia dos que duvidassem daquilo tudo que canta.

A canção ganha densidade que outros intérpretes foram pouco capazes de construir. (A versão de Emílio Santiago também merece atenção).

Depois, O Mais-que-perfeito, declamado (Tropicália!), faz do ato ainda mais dramático.

O vídeo (para poupar trabalho) está aqui.

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