quinta-feira, 27 de novembro de 2008

SAMBA QUE BALANÇA E ROCINHA


quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O ÁLBUM

Há anos e mais anos ventilo a possibilidade de fazer meu primeiro álbum. Essa idéia deu se, a princípio (aos 14 anos), pelo grande desejo de ver meu nome e foto estampados na capa de um pequeno quadrado de vidro acrílico, embalado em plástico transparente e fino, na prateleira da letra "R" de uma loja de discos. Em um segundo momento - após muitos anos de reflexões, pensamentos e experiências enriquecedoras - a grande vontade de poder compor um repertório inédito e autoral para ilustrar as páginas do encarte (com letras), o verso do quadrado (com os títulos das obras) de vidro e principalmente o áudio das canções na bolacha colorida que se encaixa sob um pequeno círculo de dentes de acrílico. Após passagens por bandas e hoje em formato solo, vejo meu disco como um registro natural e talvez um pouco óbvio das canções que compus - sozinho ou em parceria - durante os últimos anos somadas as novas neste ano de 2008. É a reunião das minhas obras compiladas em uma mídia de CD que significará meu primeiro trabalho formal como músico, cantor e compositor. Nada mais do que meu sonho e hoje profissão como artista de uma arte chamada música.

Conto tudo isso para falar da grande dificuldade que é produzir um álbum. Isso vem desde o conceito, a estética, a linha de texto ou de letras, a concepção do material, os arranjos, a instrumentação e todo o trabalho burocrático, de bastidores e de office work necessários para a realização deste projeto. Todas etapas são cumpridas seguindo uma ordem quase que cronológica que servem como uma receita de bolo que não precisa ser cumprida a risca. No entanto, são todas essenciais e fundamentais para a composição da obra. Além disso, existe ainda, todo o trabalho de pós-produção que abrange os movimentos mais duvidosos e incertos e os questionamentos habituais que se resumem a uma lista grande de perguntas e dúvidas: Será que vão gostar de minhas músicas? Que público quero atingir? Será que o disco é popular? Será que o disco vai vender? Será que vão entender minhas mensagens? Será que vão entender minha música? Essas perguntas serão respondidas ao longo do tempo e outras, que poderão nem ser respondidas, se unem para o nascimento do grande desafio: o sucesso. Esse, que nada mais é umas das duas opções do resultado de um trabalho. O reconhecimento como conseqüência de um trabalho bem feito, elaborado com carinho, cuidado e muita dedicação. Alguns chegam a dizer - com razão - que arte deve ser feita sem preocupação ou ansiedade com o sucesso, neste caso conseqüência, sobretudo pelo fato de ser uma manifestação-livre de criatividade que pode ter uma interrupção indesejada no processo criativo quando se pensa no futuro. Penso que o significado de sucesso pode ser interpretado de diferentes maneiras e que isso depende do ponto de vista que olhamos.

Neste momento, um dos meus anseios é poder, em breve, dividir os momentos deliciosos do processo de gravação do meu primeiro e tão esperado álbum neste blog.

Chove na Guanabara!

domingo, 16 de novembro de 2008

AUSÊNCIA JUSTIFICADA

Assumi o compromisso de escrever por estas bandas com alguma freqüência. Não cumpri.
Já me é difícil escrever sobre o que entendo! Imagine escrever nessas páginas turvas, cifradas e (já) muito bem utilizadas por Rodrigo e sua música: sinto-me um intruso; medroso de falar bobagens.

Justificando a ausência, estive ocupado fazendo muito do que gosto e não gosto. É uma chatice essa estória de ser humano e ter de prover (se) no Capitalismo.

De todo o modo, nesse tempo duas receitas femininas – e não falando mais em subsistência - roubaram-me a atenção e guardei-as para falar aqui: o Molho Inglês de Amy Winehouse e o sururu de Roberta Sá.

Amy é sem precedentes.
Seria mais uma jovem londrina anoréxica, drogada e doente, não fossem a belíssima voz, a genialidade musical, a (oni) presença de palco e conteúdo das letras.
A Inglesa é um molho de Aretha Franklin, Janis Joplin e Elis Presley-heavy-user.*
E (com ela) tudo parece mais simples: ela trepa com Mr. Jones (e não, faz amor); cria pouco caso em ser a outra; namorado-que-rouba-maconha é namorado-morto; e piranha que é puta, mede-se pelo salto alto.

Espero que estejamos (eu, você e ela) vivos em Janeiro: é a data prevista para a apresentação da mais recente Diva no Brasil.

* (A propósito, surgiu-me agora a sugestão promissora de uma versão winehousiana para Love me Tender).

Roberta Sá foi uma grata surpresa.
Confesso que achava chato o sururu de Maria Rita e Marisa Monte. Após o show (meu primeiro dela), fui obrigado a cambiar opinião: As músicas ganham muito com a interpretação bastante particular de Roberta. "Laranjeira", "Fogo e Gasolina" e "Mais alguém" são contagiosas.
A nordestina bonita de vinte e sete anos faz um baião-bailão-samba empolgante, gostoso, divertido. Tivesse eu pago (caro) pelo ingresso, valeria cada centavo.


Sobre Rodrigo, o dono da casa, gostaria que todos tivessem a mesma oportunidade que eu: ser testemunha ocular desse belíssimo projeto que é um cantor iniciante, casca de gente-grande (clichê horroroso), trabalhando na manufatura de seu primeiro disco.

Espero estar de volta em menor tempo.

Por
Diogo Simões

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

SHOW NA ROCINHA ADIADO!

O show que iria fazer dia 22 de Novembro com o Bloco Me Esquece na quadra da G.R.E.S Acadêmicos da Rocinha, foi adiado por causa do feriado da Consciência Negra no dia 21. O show será no dia 6 de Dezembro, sábado. Faremos um set: guitarra e voz com a bateria cantando clássicos da música popular como "Mas Que Nada", "Samba do Avião", Descobridor dos 7 Mares". Vamos repetir a parceria que fizemos há pouco menos de 1 ano no Morro da Urca (que foi sensacional).

Ando um pouco atarefado e sem tempo mental para escrever e refletir sobre alguns assuntos aqui no LL. A ansiedade e principalmente o trabalho que gira em torno dessa pré-gravação de disco - o meu primeiro, a minha estréia - são os culpados por isso. No entanto, isso me conforta de certa forma pois terei muito o que "postar" quando começarmos de fato as gravações. Quero que o LL seja uma especie de diário de bordo onde vou colocar relatos, fotos, vídeos, enfim, tudo sobre o processo de gravação do disco. Por ora, espero que meu parceiro, Diogo Simões, dê o ar da graça por aqui e escreva algo que nos valha.

Estou adorando ler Tieta do Agreste de Jorge Amado.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

3ª E ÚLTIMA NOITE


Enquanto os videos fazem o upload via YouTube, escrevo esse post. A última noite no Rio Scenarium foi emocionante. Subi ao palco um pouco cansado. Mini-maratona de shows: 3 dias seguidos, 3 horas por dia, cantando e tocando. Esperava a casa um pouco mais cheia - como frequentador, sabia que as quintas-feiras ficavam cheias - mas sabia também que a chuva poderia atrapalhar. O público não estava tão caloroso como o de 3a-e-4a feira e não consegui ver muitos gringos (povo animado). O nome do Obama fez sucesso novamente e o som (do palco) estava meio esquisito. Hoje foram 3 sets de 1 hr - 2 sets de 1hr e meia nos outros dias - e preparei-os hoje a tarde, em casa. Coloquei todos os improvisos e músicas incidentais e experimentais que fizemos na 3a-e-4a. As canjas de Constanço (pai de Diogo Gomes) e Antonio Cotrim (velho-amigo-e-parceiro-de-guerra) foram excelentes. Senti forte cansaço no 1º e 2º set e como o som não estava como gostaria, me desanimei. Fiquei feliz com a presença de grandes amigos e amigas e da família (mais uma vez). Ainda mais feliz por ter vivido aqueles 3 dias de baile transmitindo (ou pelo menos tentando) alegria e boas energias para aquelas pessoas que ali estavam preocupados em dançar, cantar e se divertir. O 3º set começou com praticamente todas as músicas experimentais/incidentais/improvisadas que comentei anteriormente. A essa altura estava muito cansado e suado. Nada de melhoria no som. Resolvi então que iria reverter aquela situação de cansaço, desânimo e chateação por causa do som e me deixei passear (a vontade) no palco. Entrei numa viagem super prazerosa de sinceridade e honestidade comigo mesmo e começei a "let the music take your mind... just release and you will find". Parece que Marcos Maia, Cassius Theperson, Diogo Gomes, Salles Casa Grande e Radamés Lago viajaram ao mesmo tempo em que viajei e começamos uma jam session de 10 minutos. Ponto alto do show! Levando um som descompromissado, só isso, nada mais. De verdade. À partir daí o show mudou. Desse momento até o fim, fizemos pequenos takes de jam session e momentos de pleno alto-astral. Cheguei a ficar preocupado, sobretudo pelo fato de estarmos no palco do Rio Scenarium - um local de regras e normas - mas acho que o público gostou e eu consegui reverter o jogo dentro da minha cabeça.

Vejam fotos e videos (uploading no YouTube):




Fotos: Isabela Rocha


Samba Sofisticado
(Rodrigo Lampreia)


Banda
Marcos Maia - Baixo
Cassius Theperson - Bateria
Radamés Lago - Percussão
Diogo Gomes - Trompete e Flugelhorn
Salles Casa Grande - Trombone

Valeu galera!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

2ª NOITE

Alegria, alto-astral, boas energias (positivas) e balanço: palavras que resumem as 2 primeiras noites de baile no Rio Scenarium. O clima é de baile mesmo. O repertório, o público, os improvisos, as gafieiras, a alegria, as pessoas não-param-de-dançar, tudo! Estou ansioso para essa quinta-feira, que promete ser a melhor noite!

Vou escrever mais e colocar os videos depois do show de amanhã! Já são 6 da manhã...
Por ora, vejam as fotos:
Fotos: Isabela Rocha

Em tempo:
Parabéns a Barack Obama, o primeiro Presidente negro dos EUA. O mundo estava realmente precisando de algo parecido com isso!